Deus é dinâmico, é eternamente movimento. Deus é amor e ama
antes de todas as coisas existirem, sempiterno amor, ele sempre ama e sempre
amou. Seu amor é dirigido a si mesmo, eternamente.
Vamos falar sobre isso. Os teólogos antigos usavam excelente
ilustração da dança: uma dança da comunhão perfeita. Os antigos a
chamaram de pericorese. Isso fala a respeito da Diviníssima Trindade em
seu dinamismo, vitalidade e energia.
Sabemos que a doutrina trinitária ensina que Deus é um só, mas que é constituído de três pessoas distintas. E existe uma relação animada, viva, enérgica entre as três pessoas. Essa relação dinâmica é chamada de pericorese. Vamos ver do que se trata e que implicações isso tem para a Igreja hoje.
Sabemos que a doutrina trinitária ensina que Deus é um só, mas que é constituído de três pessoas distintas. E existe uma relação animada, viva, enérgica entre as três pessoas. Essa relação dinâmica é chamada de pericorese. Vamos ver do que se trata e que implicações isso tem para a Igreja hoje.
Pericorese é um termo grego, encontrado pela primeira vez na
literatura patrística,nas obras de Gregório de Nazianzo. Ele foi um dos grandes
defensores da doutrina da Trindade.
Vamos ao termo.
Pericorese ( περιχώρησις - Perichoresis ) é um termo grego,
que
descreve uma dança de roda, característica das crianças em
momento de brincadeiras.
A) peri, que significa “movimento circular”
B) corea, que significa “dança”, (coreografia);
C) esis, que é um sufixo usado para formar palavras
de ação ou processo.
Assim, pericorese era a palavra para o nome de uma dança
tradicional em que um grupo de pessoas, geralmente crianças, dançava de maneira
circular e de mãos dadas. Uma criança ficava no meio enquanto as outras, de
mãos dadas ficavam girando ao seu redor em círculo. Em certo momento a criança
que estava no meio vinha para a roda e alguma da roda vinha para o meio.
E isso traz uma interessante percepção sobre a
Trindade.
Outro pai da Igreja, chamado João Damasceno foi mais fundo que Basílio no estudo do termo. Damasceno, (676 d.C., Damasco, Síria) foi um teólogo do período antigo que imaginou a Trindade como uma dança, dança eterna e uniforme. Ele imaginou as três pessoas da Trindade dançando num círculo de mãos dadas.
Ele usa esta antiga dança como uma ilustração à mútua interpenetração e coabitação das três pessoas da Trindade. Ou seja, as três pessoas da Trindade estão entrelaçadas em uma unidade "circular" em permanente movimento e integração.
Outro pai da Igreja, chamado João Damasceno foi mais fundo que Basílio no estudo do termo. Damasceno, (676 d.C., Damasco, Síria) foi um teólogo do período antigo que imaginou a Trindade como uma dança, dança eterna e uniforme. Ele imaginou as três pessoas da Trindade dançando num círculo de mãos dadas.
Ele usa esta antiga dança como uma ilustração à mútua interpenetração e coabitação das três pessoas da Trindade. Ou seja, as três pessoas da Trindade estão entrelaçadas em uma unidade "circular" em permanente movimento e integração.
Sobre o conceito de Trindade , o grande pai da
Igreja, Atanásio cita:
A fé universal é esta: que adoremos o único Deus na
Trindade e a Trindade na Unidade, não confundindo as Pessoas, nem separando a
substância, pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito
Santo, mas uma só é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; iguais
em glória, eternidade e majestade.
Também outro pai da Igreja explica, Basílio :
O Pai, o Filho e o Espírito Santo igualmente santificam,
vivificam, iluminam, confortam e efetuam tudo na mesma maneira. Assim, do mesmo
modo, todas as outras operações são igualmente efetuadas nos santos, pelo Pai,
o Filho e o Espírito Santo.
Abraçando estas duas definições de Trindade damos um passo a
mais. A pericorese seria então a comunhão entre as pessoas da Santíssima
Trindade. Uma comunhão extremamente íntima, perfeita, sem nenhuma confusão ou
interferência eterna.
Ela designa uma relação co-igual e co-eterna entre pessoas.
Um Deus que é Pai , é Filho e é Espírito Santo. Eles se relacionam perfeita e
amorosamente entre eles, de tal forma que o divino círculo parece uma coisa só,
porém é formado de três pessoas, numa dança maravilhosa. Esta dança é marcada e
compassada pela doce sinfonia do amor, sempre pelo amor que se fundamenta o
vínculo da unidade divina.
Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por
aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um,
Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que
o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles
sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados
à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como
igualmente me amaste.
João 17. 20-23
A doutrina da pericorese nos ensina algo muito importante
para o cristianismo. Ela mostra que nosso Deus é Deus de relacionamento, de
comunhão, de comunicação. Deus ama, ele é amor, e deseja compartilhar este amor
com seu povo. É um amor ativo, cheio de vida e energia. Deus não se isola em si
mesmo, ele cria e se relaciona com sua criação.
E Deus nos chama para uma vida assim. Nada em Deus chama para o isolamento, para desigualdade, para orgulho, para vaidade ou demonstração de poder pessoal. Pelo contrário, somos chamados para a partilha, para o relacionamento e para uma fraternidade rica em comunhão. Somos chamados para uma vocação excelente, a vocação de amor. A comunhão entre a igreja é a principal característica deste amor e é o primeiro objetivo da nossa união com Deus. Precisamos estar unidos, com Deus e com nossos irmãos. Por meio de Jesus, todos podemos ter união com Deus e uns com os outros e , de certo modo, também participar desta unidade em amor. Deus é Trino e perfeito e nos chama para participar, em alguma medida, desta perfeição.
E Deus nos chama para uma vida assim. Nada em Deus chama para o isolamento, para desigualdade, para orgulho, para vaidade ou demonstração de poder pessoal. Pelo contrário, somos chamados para a partilha, para o relacionamento e para uma fraternidade rica em comunhão. Somos chamados para uma vocação excelente, a vocação de amor. A comunhão entre a igreja é a principal característica deste amor e é o primeiro objetivo da nossa união com Deus. Precisamos estar unidos, com Deus e com nossos irmãos. Por meio de Jesus, todos podemos ter união com Deus e uns com os outros e , de certo modo, também participar desta unidade em amor. Deus é Trino e perfeito e nos chama para participar, em alguma medida, desta perfeição.
É como se Deus nos chamasse para fazer parte de um círculo
que inclui Deus, os anjos e toda a igreja, para sermos uma unidade em
santidade, alegria e glória para todo sempre.Uma dança dinâmica, perfeita e
harmoniosa.